domingo, 25 de outubro de 2009

3º Encontro - 22/10/09





Relatório do 3º Encontro do Programa Gestão da Aprendizagem Escolar - Gestar II – Língua Portuguesa
Data: 22/10/2009
Horário: 18h às 22h
Local : Colégio Municipal Filgueiras Lima
Formadora: Ana Leonília Alves de Sousa

TP 3 – Gêneros e tipos textuais: unidades 9 e 10
Objetivo: sistematizar o conhecimento acerca da classificação dos Gêneros Textuais

Deu-se inicio o encontro com a leitura do texto “Saber Viver” de Cora Coralina e prosseguindo-se com a discussão da fundamentação teórica das unidades 9 e 10 da TP 3 sobre Gêneros Textuais.

No decorrer das falas pode-se sentir que a maioria dos professores ainda tem dúvidas sobre o assunto estudado, razão pela qual reforçou-se na síntese teórica alguns pontos merecedores de esclarecimentos. Aproveitou-se o assunto Literatura de Cordel para mostrar como poderia ser feita uma oficina de xilogravuras com bandejinha de isopor e tinta guache preta. Os professores gostaram da sugestão para o enriquecimento do trabalho com a produção do gênero.

Prosseguiu-se com relato reflexivo de alguns professores que expuseram os trabalhos com o “Avançando na Prática”. Todos os depoimentos foram da atividade com o gênero biografia e, segundo eles, a dificuldade maior dos alunos foi transformar o texto em terceira pessoa. Vencidas algumas dificuldades iniciais o trabalho foi muito favorável pela reflexão que a atividade com o gênero proporcionou a professores e alunos.

Vale salientar que durante os relatos uma das professoras cursistas, a profª Elizete encantou a todos com uma belíssima contação de história: “O cajueiro botador” do livro que compõe a coleção do Programa Alfabetizar na Idade Certa – PAIC e distribuído às escolas com séries iniciais. Apesar dos professores pertencerem aos anos finais do Ensino Fundamental todos apreciaram bastante esse momento de deleite com uma bela leitura. Expuseram a necessidade de levar esses momentos de leitura por fruição para os adolescentes também.

Em seguida, partiu-se para o planejamento das atividades com o texto poético de Manuel Bandeira “Poema tirado de uma notícia de jornal” e com o poema canção “Bom dia” de Gilberto Gil e Nana Caymmi. Durante as socializações dos trabalhos verificou-se como o gênero foi explorado nos aspectos formais e funcionais e fizeram-se algumas intervenções quando necessário. Os trabalhos foram, de fato, muito bons.

Encerrou-se o encontro com a avaliação escrita e a motivação para o estudo das próximas unidades: tipos textuais e a inter-relação entre gêneros e tipos textuais com a identificação das tipologias narração, descrição e dissertação em alguns trechos de textos extraídos do caderno AA3. Os fragmentos com predominância da narração e descrição foram facilmente identificados, o dissertativo levou a algumas discussões que subsidiarão os estudos para o próximo encontro.

2º Encontro - 08/10/09







Iniciamos o evento com a apresentação dos participantes através da dinâmica dos "marcos", momento em que cada professor relatou um marco pessoal e um marco profissional. Muitos mostraram em suas falas um imenso entusiasmo ao perceberem os avanços de seus alunos como um marco profissional e pessoal.

Evidenciamos alguns pontos importantes para a nossa convivência através de um "contrato de convivência", sem perder de vista as orientações presentes no Guia Geral e partimos para atividade do mesmo manual com as questões acerca da fundamentação e da proposta didática do Gestar II.

Divididos em grupos, discutimos e resolvemos o questionamento proposto e o socializamos com o grupão. As respostas mostraram a grande expectativa em torno do programa como contribuição à prática pedagógica.Evidenciamos, também, o processo ensino-aprendizagem como construção do conhecimento. Nessa relação, o professor passa a assumir o papel de mediador e nunca o dono do saber, valorizando o conhecimento que o aluno já possui e contribuindo para novos saberes.

Terminada a tarefa, apresentamos a ementa contida no Guia Geral e a estrutura dos cadernos de Língua Portuguesa e prosseguimos à motivação para o estudo da TP3. Realizamos uma atividade de predição a partir do nome "Gêneros" na qual escreveram em tarjetas aquilo que lhes vinham à mente em uma ou poucas palavras a respeito do tema. Fixamos na lousa as respostas, conforme a figura:



Em seguida, colocamos a palavra "Textual" e partimos para a realização de um breve "desafio sobre Gêneros Textuais. Então, pudemos confirmar ou refutar as respostas sugeridas para a temática em questão.



Terminamos nosso encontro com a avaliação da oficina, as orientações para o estudo individual e a realização do "Lição de casa" para ser entregue e socializado no próximo encontro.

Seguindo a avaliação proposta para os cursistas:

Aprendi que tenho que me dedicar cada vez mais aos estudos e reflexões acerca do material e de outras leituras importantes para subsidiar meu trabalho.

Foi difícil organizar o tempo e a logística de materiais e equipamentos necessários a essa oficina.

Preciso saber mais como otimizar o tempo das discussões e realização de atividades.

Recado final: A expectativa em torno do curso é grande pela aprendizagem dos conteúdos abordados no material de forma didática e acessível a todos os professores. Para isso, basta cada um de nós dedicar um pouco mais de tempo para as leituras e realização das atividades.

Nosso primeiro encontro 19/09/09



O objetivo desse encontro inicial foi apresentar o programa Gestão da Aprendizagem Escolar de Língua Portuguesa-GESTAR II para os professores cursistas.

Iniciamos às 8h com o credenciamento (confirmação de inscrições) e logo em seguida tivemos a leitura de um belo texto poético de autoria do profº Arlindo, coordenador do Ensino Fundamental e Médio da Secretaria Municipal de Educação de Fortaleza.

Nossa colega formadora, Josaína, apresentou o programa utilizando projetor multimídia com as informações e orientações acerca do GESTAR II constantes do guia geral. Em seguida, houve um breve momento interativo para esclarecimentos de dúvidas. As questões mais recorrentes referiram-se ao horário do curso, pois muitos professores encontram-se trabalhando nos três turnos e/ou outras redes de ensino. Para muitos, também, o sábado ficou comprometido com a recuperação de aulas devido à última greve de professores. Aguarda-se uma política de formação de professores em horário de trabalho visando compatibilizar esses interesses, mas, enquanto isso, os professores continuam se esforçando para estudar e refletir sobre a sua prática, mesmo em situações adversas.

Procedemos a divisão das turmas de Língua Portuguesa e percebemos a grande expectativa dos professores em relação ao aprendizado do GESTAR II.

Encerramos o evento ansiosas e otimistas para o ínicio das oficinas!

Segue a apresentação em power point:

Narradores de Javé - resenha do filme



O filme inicia-se quando um rapaz perde a embarcação e se abriga num botequim. E enquanto espera o próximo barco junta-se às pessoas da localidade para ouvir a história do povo de Javé contada por Zaqueu um dos moradores do lugar.
O argumento central do enredo baseia-se na história do povoado que está prestes a ser sucumbido devido à construção de uma hidrelétrica. Na tentativa de resolver o problema os moradores decidem escrever a história do povoado pelas mãos do único morador alfabetizado, o funcionário dos Correios Antônio Biá que aproveita a situação para se redimir perante a população, pois fora expulso por escrever cartas com mentiras sobre os moradores. E, ironicamente, é este o acontecimento que lhe dá a “nobre” missão de ser o escritor do “livro da salvação”, assim chamado o registro da história do povo de Javé.
Biá começa a recolher o relato dos moradores, com seus heróis e feitos surpreendentes. As histórias, “os causos”, com diferenças de interpretações e exageros dariam lugar a um registro escrito, um documento para perpetuar e legitimar a história desse povo.
Atordoado pelas várias versões apresentadas pelos moradores acerca do mesmo fato, que atribuíam os atos heróicos ora ao guerreiro Indalécio ora a valente Maria Dina ora a um guerreiro de uma tribo africana, Biá percebe a difícil tarefa de transpor o discurso oral para o escrito, um “texto científico”, para comprovar o valor histórico da cidade. E como ele mesmo dizia: “uma coisa é o fato ocorrido, outra coisa é o fato escrito”.
Como não conseguiram provar sua história com o registro escrito, o Vale de Javé foi inundado e todos os moradores tiveram que deixar suas casas, suas vidas, suas lembranças e seus antepassados ali enterrados.
E, assim, partiram juntos rumo a outro lugar, uma nova terra para reconstruir suas vidas e uma nova identidade. Percebendo a importância do registro escrito, e pra não cometer o mesmo erro, Biá começa a escrever a primeira parte do livro que retrata a formação desse novo povoado.
Narradores de Javé é uma verdadeira homenagem aos contadores de histórias. O filme é grandioso porque reconhece e valoriza a memória e a tradição oral e por retratar a variedade de dialetos das personagens de um lugarejo nordestino, onde as pessoas são desprovidas de quaisquer contatos com a cultura letrada. Mas, o é, sobretudo, por evidenciar a diferença e a relação de poder entre a linguagem escrita e a linguagem oral.
Vale a pena conferir, também, a brilhante atuação de José Dumont que sozinho realiza um grande espetáculo, criando, assim, mais um personagem antológico do cinema brasileiro.